Considerada a herdeira espiritual da santa fundadora, Ana exerceu no Carmelo uma profunda influência. O Carmelo reformado, foi Ana enviada a Madri e, depois, à fundação de Ocaña, na região de Toledo.
Ali, Nosso Senhor revelou-lhe, pela primeira vez, o desejo de que fosse para a França, então assolada pelo protestantismo. Na França, quando se dirigiu às religiosas, falou-lhes na língua natal, porque só conhecia a língua materna, mas todas a entenderam perfeitamente, como se tivesse expressado no melhor francês: era o milagre do Pentecostes que se renovava. E Ana de São Bartolomeu exprimia-se tão apropriadamente que ninguém duvidava de que o Espírito Santo estivesse falando por sua boca.
Fundadora do mosteiro de Tours, depois de ter sido priora de Paris, sofreu toda sorte de opressão. Invencível, porém sempre confiando em Deus, continuou a combater para manter a reforma francesa no espírito de Santa Teresa.
Vencida – que a luta fora desigual –, tomou o caminho da Bélgica, refugiando-se no mosteiro de Mons. Escolhida, pouco mais tarde, para governar o mosteiro de Anvers, fundado pelo arquiduque Alberto e a arquiduquesa Isabel, ali encontrou verdadeiro paraíso na terra.
“Deus – escreveria depois – ali concedeu-me uma paz e uma consolação inefáveis. Minha oração era mais intensa e mais eficaz. Era mais ardorosa pelo ofício divino que na minha juventude”.
Simples e humilde, no convento exercia os ofícios mais pequenos. E as mais altas personalidades do tempo, contritas, procuravam-na para aconselhar-se. Henrique IV venerava-a, e Maria de Médicis e a infanta Isabel amavam-na sobremodo.
Quando o arquiduque Carlos partiu para a expedição de Breda, foi vê-la, com a bem-aventurada palestrando durante muitas horas.
Suportando com imensa paciência as cruéis enfermidades todas que a acometeram no fim da vida, faleceu santamente no dia 07 de Junho de 1626, na festa da Santa Trindade, com setenta e seis anos, sendo enterrada no Carmelo de Anvers. Bento XV beatificou-a no dia 6 de Maio de 1917.
Fonte: Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume X, p. 138 a 141.
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Salve Maria! Essa Beata seria a mesma Ana de Jesus, que apareceu para Santa Teresinha no final de sua vida? Obrigado por tao doce relato!