“O pequeno Sêneca” São João da Cruz
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João da Cruz (João de
Yepes Álvarez), nasceu em Fontiveros
(Ávila) em 1542. Eram três irmãos: Francisco, Luís e João. Seu pai Gonçalo
morreu quando João era muito pequeno. Os parentes de Gonçalo tinham-no
deserdado por ter-se casado com Catarina, de classe social inferior. Tinham
ficado numa situação de pobreza, que se agudizou com a morte do pai.
Yepes Álvarez), nasceu em Fontiveros
(Ávila) em 1542. Eram três irmãos: Francisco, Luís e João. Seu pai Gonçalo
morreu quando João era muito pequeno. Os parentes de Gonçalo tinham-no
deserdado por ter-se casado com Catarina, de classe social inferior. Tinham
ficado numa situação de pobreza, que se agudizou com a morte do pai.
Catarina vai pedir ajuda aos familiares de Gonçalo.
Esteve em Torrijos (Toledo), sem êxito e continuou até Gálvez onde o médico da
aldeia ficou com Francisco. Catarina volta a Fontiveros com João. Depois de um
ano, volta a Gálvez para ver Francisco. Ao aperceber-se de que Francisco não
era bem tratado levou-o consigo e com João foram procurando onde
estabelecer-se. Primeiro em Arévalo e por fim Medina do Campo. Por ser tão
pobres João pôde ingressar no Colégio dos Doutrinos. Entrou também como
enfermeiro no Hospital da Conceição e como aluno externo no Colégio dos
jesuítas, onde esteve de 1559 a 1563.
Esteve em Torrijos (Toledo), sem êxito e continuou até Gálvez onde o médico da
aldeia ficou com Francisco. Catarina volta a Fontiveros com João. Depois de um
ano, volta a Gálvez para ver Francisco. Ao aperceber-se de que Francisco não
era bem tratado levou-o consigo e com João foram procurando onde
estabelecer-se. Primeiro em Arévalo e por fim Medina do Campo. Por ser tão
pobres João pôde ingressar no Colégio dos Doutrinos. Entrou também como
enfermeiro no Hospital da Conceição e como aluno externo no Colégio dos
jesuítas, onde esteve de 1559 a 1563.
Em 1563 ingressa no Carmo de Santa Ana de Medina
como noviço, professando no ano seguinte. Estudou filosofia na Universidade de
Salamanca durante três anos. Nas férias de 1567 encontra-se com Santa Teresa em
Medina.
como noviço, professando no ano seguinte. Estudou filosofia na Universidade de
Salamanca durante três anos. Nas férias de 1567 encontra-se com Santa Teresa em
Medina.
A Santa convence-o a deixar de lado a ideia de ir
para a Cartuxa pedindo-lhe que aderisse à nova família carmelita. João aceita e
volta a Salamanca para fazer um ano de teologia.
para a Cartuxa pedindo-lhe que aderisse à nova família carmelita. João aceita e
volta a Salamanca para fazer um ano de teologia.
Em 1568 volta de Salamanca e continua dialogando
com Teresa sobre a nova vida carmelita. Acompanha-a na fundação das monjas em
Valladolid aprendendo o estilo da reforma. Terminada aquela espécie de
noviciado, João parte para Duruelo (Ávila) e vai adaptando a casita que foi
doada à Santa para primeiro convento de frades.
com Teresa sobre a nova vida carmelita. Acompanha-a na fundação das monjas em
Valladolid aprendendo o estilo da reforma. Terminada aquela espécie de
noviciado, João parte para Duruelo (Ávila) e vai adaptando a casita que foi
doada à Santa para primeiro convento de frades.
A inauguração oficial foi
a 28 de novembro de 1568. Foram
visitados pela Santa na Quaresma de 1569.
a 28 de novembro de 1568. Foram
visitados pela Santa na Quaresma de 1569.
João da Cruz é nomeado maestro de noviços em
Duruelo e com este cargo passa a Mancera em 1570. Daí vai organizar o noviciado
em Pastrana (Guadalajara) e volta a Mancera. Em abril de 1571 foi nomeado
Reitor do Colégio de Alcalá de Henares. No ano seguinte Santa Teresa chama-o
para Ávila para ser confessor do grande mosteiro da Encarnação, onde Teresa é
Priora.
Duruelo e com este cargo passa a Mancera em 1570. Daí vai organizar o noviciado
em Pastrana (Guadalajara) e volta a Mancera. Em abril de 1571 foi nomeado
Reitor do Colégio de Alcalá de Henares. No ano seguinte Santa Teresa chama-o
para Ávila para ser confessor do grande mosteiro da Encarnação, onde Teresa é
Priora.
Passa cinco anos em Ávila. É conhecido pelo seu
poder contra os espíritos malignos, como exorcista e maestro de espíritos. Os
carmelitas calçados levam-no de Ávila preso para o convento de Toledo. Passa
nove meses na prisão, da qual foge em agosto de 1578.
poder contra os espíritos malignos, como exorcista e maestro de espíritos. Os
carmelitas calçados levam-no de Ávila preso para o convento de Toledo. Passa
nove meses na prisão, da qual foge em agosto de 1578.
Em 1578 participa no Capítulo dos descalços em
Almodóvar del Campo (Cidade Real). Aí é nomeado Superior do convento do
Calvário (Jaén). Permanece no Calvário um ano e em 1579 vai fundar como Reitor
o convento-colégio da Ordem na cidade universitária de Baeza.
Almodóvar del Campo (Cidade Real). Aí é nomeado Superior do convento do
Calvário (Jaén). Permanece no Calvário um ano e em 1579 vai fundar como Reitor
o convento-colégio da Ordem na cidade universitária de Baeza.
Em janeiro de 1582 vai para Granada. Nessa cidade,
no convento dos Santos Mártires, é eleito Prior por três vezes. Em 1585 é
eleito vicário Provincial de Andaluzia. Participa em Alcalá de Henares no
capítulo de separação da província descalça em 1581. Igualmente assiste a todos
os demais Capítulos: Almodóvar em 1583, Lisboa-Pastrana em 1585, Valladolid em
1587, Madrid em 1588, 1590 e 1591. A partir do Capítulo de 1588 é a segunda
autoridade da Ordem, e como tal, passa a Segóvia, como membro do novo Governo
da Consulta, presidindo às sessões quando está ausente o Vicário Geral Nicolás
Dória. Constrói novo convento em Segóvia. Sai de Segóvia para Peñuela em agosto
de 1591. Fica doente e a 28 de setembro passa a Úbeda. Não é bem acolhido pelo
prior de Úbeda e sofre perseguição de Diego Evangelista. Morre em Úbeda a 14 de
dezembro de 1591. O seu corpo é trasladado a Segóvia em 1593.
no convento dos Santos Mártires, é eleito Prior por três vezes. Em 1585 é
eleito vicário Provincial de Andaluzia. Participa em Alcalá de Henares no
capítulo de separação da província descalça em 1581. Igualmente assiste a todos
os demais Capítulos: Almodóvar em 1583, Lisboa-Pastrana em 1585, Valladolid em
1587, Madrid em 1588, 1590 e 1591. A partir do Capítulo de 1588 é a segunda
autoridade da Ordem, e como tal, passa a Segóvia, como membro do novo Governo
da Consulta, presidindo às sessões quando está ausente o Vicário Geral Nicolás
Dória. Constrói novo convento em Segóvia. Sai de Segóvia para Peñuela em agosto
de 1591. Fica doente e a 28 de setembro passa a Úbeda. Não é bem acolhido pelo
prior de Úbeda e sofre perseguição de Diego Evangelista. Morre em Úbeda a 14 de
dezembro de 1591. O seu corpo é trasladado a Segóvia em 1593.
As obras
João da Cruz gostava mais de falar do que escrever
sobre coisas espirituais. O magistério oral era a sua vocação mais profunda.
Escreveu espontaneamente os Ditos de luz e amor, as cartas, Cautelas e pouco
mais.
sobre coisas espirituais. O magistério oral era a sua vocação mais profunda.
Escreveu espontaneamente os Ditos de luz e amor, as cartas, Cautelas e pouco
mais.
Os grandes livros: Subida-Noite, Cântico, Chama,
foram escritos por pedidos de frades e monjas.
foram escritos por pedidos de frades e monjas.
Contamos atualmente com boas edições dos seus
escritos, divididas em duas metades: os Escritos breves e as Obras maiores.
escritos, divididas em duas metades: os Escritos breves e as Obras maiores.
Os escritos breves são também chamados obras
menores; não por ter menor importância que os demais escritos. Simplesmente
porque são mais breves.
menores; não por ter menor importância que os demais escritos. Simplesmente
porque são mais breves.
É mais simples e eficaz começar por ler os escritos
breves que na sua maioria precedem cronologicamente os grandes tratados.
breves que na sua maioria precedem cronologicamente os grandes tratados.
Da leitura atenta dos grandes poemas nascerá no
leitor o desejo de conhecer o seu significado lendo os comentários em prosa.
leitor o desejo de conhecer o seu significado lendo os comentários em prosa.
Espiritualidade
A espiritualidade de São João da Cruz é
inteiramente teologal. O esquema teologal (2S c. 6) ilumina e organiza
perfeitamente todo o seu magistério. Esse dinamismo teologal está impregnado da
palavra de Deus, da qual João da Cruz está enamorado. Nesse registo de vida
teologal apresenta os mistérios da fé, o enamoramento recíproco de Cristo Jesus
e a alma que aparece nos seus escritos de Subida, Noite, Cântico e Chama. Sobre
o magistério de João pôde dizer-se: “A vida teologal é a atualização e
informação das atitudes e comportamento da pessoa pelas três virtudes
teologais. Elas integram, orientam, impulsam e transformam a pessoa e a vida,
dando-lhes uma projeção total para Deus. Vida de fé, de esperança e de caridade
com tudo o que implica de exigências divinas e renúncias humanas, espirituais e
terrenas” (Isaías Rodríguez, La vida teologal según el
Vaticano II y San Juan de la Cruz, en Revista de Espiritualidad 27
(1968), 477)
inteiramente teologal. O esquema teologal (2S c. 6) ilumina e organiza
perfeitamente todo o seu magistério. Esse dinamismo teologal está impregnado da
palavra de Deus, da qual João da Cruz está enamorado. Nesse registo de vida
teologal apresenta os mistérios da fé, o enamoramento recíproco de Cristo Jesus
e a alma que aparece nos seus escritos de Subida, Noite, Cântico e Chama. Sobre
o magistério de João pôde dizer-se: “A vida teologal é a atualização e
informação das atitudes e comportamento da pessoa pelas três virtudes
teologais. Elas integram, orientam, impulsam e transformam a pessoa e a vida,
dando-lhes uma projeção total para Deus. Vida de fé, de esperança e de caridade
com tudo o que implica de exigências divinas e renúncias humanas, espirituais e
terrenas” (Isaías Rodríguez, La vida teologal según el
Vaticano II y San Juan de la Cruz, en Revista de Espiritualidad 27
(1968), 477)
Será útil transcrever uma carta de Edith Stein
escrita a 30 de março de 1940 na qual se refere a um ponto muito importante da
espiritualidade de João da Cruz. Edith Stein recebeu carta de uma religiosa
dominicana chamada Agnella Stadtmüller, doutora em filosofia. Na carta lhe
preguntava sobre o que entendia São João da Cruz por “amor puro”. Edith
responde exatamente ao que se lhe pergunta. As suas palavras são as seguintes:
“São João da Cruz entende por “amor puro” o amor de Deus por Ele próprio; o de
um coração livre de todo apego a qualquer coisa criada: a sí próprio e ao resto
das criaturas, mas também a todo o consolo e coisas semelhantes que Deus possa
conceder à alma, a qualquer forma de devoção especial, etc.; o de um coração
que não deseja outra coisa senão que se cumpra a vontade de Deus e que se deixa
guiar por Ele sem resistência. O que não podemos fazer para chegar até aqui
está amplamente tratado na Subida do Monte Carmelo. Como Deus
purifica a alma, na Noite Escura. O resultado, na Chama
de Amor viva e no Cântico Espiritual. Pode encontrar-se
todo o caminho em cada uma das obras, apesar de que em cada caso se acentua uma
etapa ou outra. Mas se deseja aprender o essencial, dito de forma muito mais
breve, então deve ver os escritos breves”.
escrita a 30 de março de 1940 na qual se refere a um ponto muito importante da
espiritualidade de João da Cruz. Edith Stein recebeu carta de uma religiosa
dominicana chamada Agnella Stadtmüller, doutora em filosofia. Na carta lhe
preguntava sobre o que entendia São João da Cruz por “amor puro”. Edith
responde exatamente ao que se lhe pergunta. As suas palavras são as seguintes:
“São João da Cruz entende por “amor puro” o amor de Deus por Ele próprio; o de
um coração livre de todo apego a qualquer coisa criada: a sí próprio e ao resto
das criaturas, mas também a todo o consolo e coisas semelhantes que Deus possa
conceder à alma, a qualquer forma de devoção especial, etc.; o de um coração
que não deseja outra coisa senão que se cumpra a vontade de Deus e que se deixa
guiar por Ele sem resistência. O que não podemos fazer para chegar até aqui
está amplamente tratado na Subida do Monte Carmelo. Como Deus
purifica a alma, na Noite Escura. O resultado, na Chama
de Amor viva e no Cântico Espiritual. Pode encontrar-se
todo o caminho em cada uma das obras, apesar de que em cada caso se acentua uma
etapa ou outra. Mas se deseja aprender o essencial, dito de forma muito mais
breve, então deve ver os escritos breves”.
Lugares
João da Cruz teve uma geografia reduzida: viveu só
em Espanha e alguns dias em Portugal. O ponto mais alto que tocou no mapa da
Península ibérica foi Valladolid, onde foi acompanhando santa Teresa em 1568 e
onde voltou em 1574 para fazer declarações diante do tribunal da Inquisição
sobre a sua intervenção no caso de uma mulher de Ávila, Maria de Olivares
Guillamas; e uma última vez em 1587 no Capítulo da nova província de descalços.
O ponto sul mais extremo no qual esteve várias vezes foi a cidade de Málaga; a
oeste, a cidade de Lisboa em 1585. A vila murciana de Caravaca é o ponto extremo
a este, onde esteve algumas vezes. Dentro dessa geografia tão reduzida
percorreu uns 27.000 quilómetros, caminhando sobre tudo a pé ou num jumento.
em Espanha e alguns dias em Portugal. O ponto mais alto que tocou no mapa da
Península ibérica foi Valladolid, onde foi acompanhando santa Teresa em 1568 e
onde voltou em 1574 para fazer declarações diante do tribunal da Inquisição
sobre a sua intervenção no caso de uma mulher de Ávila, Maria de Olivares
Guillamas; e uma última vez em 1587 no Capítulo da nova província de descalços.
O ponto sul mais extremo no qual esteve várias vezes foi a cidade de Málaga; a
oeste, a cidade de Lisboa em 1585. A vila murciana de Caravaca é o ponto extremo
a este, onde esteve algumas vezes. Dentro dessa geografia tão reduzida
percorreu uns 27.000 quilómetros, caminhando sobre tudo a pé ou num jumento.
(José Vicente Rodríguez, San João de la
Cruz, La biografía, Ed. San Pablo, Madrid 2012, 61).
Cruz, La biografía, Ed. San Pablo, Madrid 2012, 61).
Lugares a visitar:
Fontiveros: onde nasce e é batizado.
Medina del Campo: frequenta o colégio,
ajuda os doentes do Hospital e estuda com os jesuítas; entra na Ordem do Carmo
e professa em 1564.
ajuda os doentes do Hospital e estuda com os jesuítas; entra na Ordem do Carmo
e professa em 1564.
Salamanca: é estudante de Filosofia e Teologia na
Universidade. Vive no colégio de San Andrés. É ordenado sacerdote em 1677. Em
15767 e 1568 encontra-se com Santa Teresa em Medina. Vai com ela a Valladolid,
ficando aí cerca de um mês.
Universidade. Vive no colégio de San Andrés. É ordenado sacerdote em 1677. Em
15767 e 1568 encontra-se com Santa Teresa em Medina. Vai com ela a Valladolid,
ficando aí cerca de um mês.
Duruelo-Mancera. Em Duruelo vai preparando a casa na qual inaugurará a renovada vida
carmelita em novembro de 1568. Em Duruelo e Mancera é maestro de noviços.
carmelita em novembro de 1568. Em Duruelo e Mancera é maestro de noviços.
Ávila: Vive aí
cinco anos (1572-1577).
cinco anos (1572-1577).
Toledo:É trazido
para a prisão onde fica nove meses e da qual foge.
para a prisão onde fica nove meses e da qual foge.
El Calvário: Prior do convento.
Baeza: em 1580
funda o colégio nesta cidade universitária sendo reitor dessa casa.
funda o colégio nesta cidade universitária sendo reitor dessa casa.
Granada: chega em janeiro de 1582 e vive aí até ao verão de
1588.
1588.
Segóvia: Vive aí de
1588 a 1591.
1588 a 1591.
La Peñuela: Vive aí em Agosto e Setembro de 1591.
Úbeda: onde
morre. Os seus restos repousam em Segóvia desde 1593.
morre. Os seus restos repousam em Segóvia desde 1593.
Fonte: Curia Generalícia Carmelo Teresiano
http://www.carmelitaniscalzi.com/pt-br/quem-somos/fundadores/sao-joao-da-cruz/
Comissão Ocds de Espiritualidade
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