Evangelho orado – Domindo da XXIV Semana do Tempo Comum

Evangelho orado – Domindo da XXIV Semana do Tempo Comum

11 de Setembro de 2022
Domindo da XXIV Semana do Tempo Comum
Texto Orante: Frei Rafael Pascual Elias, OCD

Motivação

A misericórdia de Deus não pode refletir-se melhor que no evangelho deste domingo, onde nos é mostrado três parábolas sobre a misericórdia divina: a ovelha perdida, a moeda encontrada e o filho pródigo que regressa a casa. Nas três há um fio condutor que nos abre os olhos à grandeza de Deus: Deus sempre sai a buscar, não deixa lugar sem rastrear e sempre espera a volta daquele que um dia se perde e, ao final, volta a casa, volta a casa do Pai.

Evangelho de São Lucas 15,1-32

Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então, Jesus contou-lhes esta parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo, assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve grande fome naquela região e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui,
morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’”.

Comentário Orante

Deus é misericórdia, é salvação, perdão sem limites, este é nosso Pai, que não se cansa de buscar o modo de que todos seus filhos estejam juntos para gozar de sua presença. Um filho querido, um dinheiro que é necessário, uma ovelha que é parte do rebanho, tudo isto é mostra de que Deus não dá nada por perdido. Um dia e outro procura que não falte nada na casa, na mesa, no curral. Quando estamos todos com Ele, a felicidade, a paz e a alegria são as fontes que nos refrescam, nos enchem e nos lançam a viver em Deus e para Deus.

Palavra dos Místicos

De uma carta de Santa Teresa de Jesus dos Andes a sua mãe:

“Mamãezinha, tenha confiança n’Ele. Seu coração se comove ligeirinho. Não pode suportar que as ovelhas de seu rebanho se extraviem. Ele abandona as 99 para ir em busca daquela
que o abandonou. Além do mais, espera Jesus que eu saiba entregar-me mais a Ele. E como sou tão tíbia, por isso não acede ao que lhe peço…
Aproveitemos para enriquecermos o momento da comunhão. Banhemo-nos nessa fonte de santidade e peçamos-lhe o mundo inteiro das almas, porque não nos saberá dizer que não…
Para mim esses momentos são céu sem nada de desterro. Que posso desejar ainda se todo um Deus é meu?”.

(Carta 113. A sua mãe, Los Andes, 4 de julho, 1919)

Oração

Deus nosso,
que és fonte de misericórdia,
se alguma vez sou essa ovelha perdida
ou o filho que se vai de casa
ou essa moeda que perde minha mãe,
que seja capaz
de deixar-me encontrar por ti
para voltar a minha casa
e proclamar com júbilo
que volto à casa
de onde nunca deveria ter saído.

Frei Rafael Pascual Elias, OCD

Tradução livre do App Evangelio Orado oferecido por Carmelitas Descalços Província Ibérica

 

 

Tradução e montagem: Ciça de São João da Cruz, OCDS

Referência:
• – Imagens disponíveis na WEB

Post a Comment