A AVE MARIA: “O SENHOR É CONVOSCO” (III PARTE)

A AVE MARIA: “O SENHOR É CONVOSCO” (III PARTE)

A Presença da Santíssima Trindade no
momento da Encarnação do Verbo no
seio puríssimo de Maria. 
Como o Arcanjo
se devia inclinar com respeito diante da Virgem de Nazaré, vendo n’Ela um
sacrário vivo da Graça divina! Mas Ela tornou-se também, desde a Anunciação, um
sacrário vivo, o primeiro, do Verbo humanado.
Trazer Jesus em
si, senti-Lo, que Comunhão permanente, que Comunhão fervorosa, que união íntima
e tão perfeita! Nunca houve Comunhão mais santa!
A Ave Maria bem
meditada, bem compreendida, bem saboreada, compendia toda a vida cristã, com
toda a sua atividade espiritual, com toda a sua seiva sobrenatural.
“O Senhor é
convosco”. E desde a Anunciação até o consumar-se na Assunção, e prolongando-se
na vida da Igreja, Corpo Místico de Cristo (não vimos nós o Santo Padre Paulo
VI, com toda a autoridade e luzes do Espírito Santo, proclamá-La solenemente
Mãe da Igreja e, como tal, d’Ela esperar o milagre da Unidade?), nunca mais se
separaram, nem na terra, nem no Céu. Daqui vem que Maria sentiu na sua alma
toda a Paixão que dilacerou o Corpo de Cristo, na Redenção da humanidade, e
daqui vem ainda que tudo quando A fere a Ela, vai ferir também o Coração do
Filho, ou, tudo quanto exalta a Mãe redunda em glória para o Filho.
Revelou Nossa
Senhora a Santa Brígida: “pelo amor um só era o meu Coração e o de meu Filho”.
E próprio Jesus
disse à Beata Verônica de Binasco, citado por Santo Afonso:
“São-me gratas
as lágrimas derramadas por amor de minha Paixão, porém, amando Eu com amor
imenso a minha Mãe, é-Me mais grata a meditação das dores que Ela sofreu na
minha morte”…
Como fica
patente o erro de quem quer separar a Mãe do Filho, ou na Religião ou na vida
cristã ou ascética! “O Senhor é convosco”! – eis a verdade proclamada pelo
Anjo.
Este passo da
Ave Maria tem particular e dulcíssimo efeito para a nossa vida eucarística.
Foi em Belém que
Maria deu Jesus ao mundo. Belém significa “Terra do Pão”. É natural, é
instintivo, é indispensável às crianças este pedido, um dos primeiros que
fazem:
“Mãe, dá-me de
comer”! “Estou com fome”!
Como a Maria
agrada esta oração, este pedido, este desejo de Pão do Céu! Com o mesmo amor
com que Ela O deu a todo o mundo, assim O dá a cada alma. Compreendeu-o muito
bem o padre Matéo, já pela alegria que tal fato dá a Nossa Senhora, já pela
transformação e santificação que opera em quem recebe bem esse Pão, para
pregar:
“Para a glória
de Maria, ide a Jesus Hóstia”!
“O Senhor é
convosco”! Aqui estava toda a felicidade de Maria. Mas, quando uma alma é
verdadeiramente feliz, tem de comunicar aos outros essa mesma felicidade, não
é? Por isso, Ela deseja ver Jesus também conosco. Como? Pela Sagrada Comunhão.

Nem Ela se sente
tanto nossa Mãe, como quando nos vê, pela Comunhão, nos fazermos “um só” com
Jesus. Quando Ela O vê no nosso coração, pode dizer a cada um dos seus devotos,
a cada um dos comungantes:
“Foi para te dar
a Ele que Eu te quis como filho”!
Em um dos seus
famosos sonhos, que eram ilustrações divinas, pois vinham a ser confirmadas
pela realidade, São João Bosco recebeu este sinal precioso:
“A Comunhão
devota e frequente é o meio mais eficaz para obtermos uma boa morte e
salvar-nos”.
Já não admira,
depois disto, que Maria, na sua promessa de salvação em troca dos Cinco
Primeiros Sábados, conforme a Mensagem de Fátima, tenha incluído a Santa
Comunhão entre as condições.
Comunhões bem
fervorosas, bem recolhidas, bem ardentes! 
Comunhões bem
preparadas, por uma Confissão sincera e arrependida!
Comunhões
reparadoras de “tantos ultrajes, sacrilégios e indiferenças”; Comunhões que
realizem a exortação do Anjo de Portugal em Fátima:

“Tomai
e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos
homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus”! 

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